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Valeu a pena esperar.

Atualizado: 15 de jul. de 2024

Análise do episódio 13: 'Volta da Vitória' da Temporada 6 de 'All American'

Os produtores não perderam tempo ao iniciar o episódio 13 diretamente na casa da família James, tentando entender por que Spencer não foi escolhido por nenhuma franquia no Draft, quebrando todas as expectativas inimagináveis para quem não conhece a história do verdadeiro Spencer Paysinger.


Logo descobrimos que, mais do que a exaustão de participar de todos os compromissos que um novato enfrenta para ingressar em alguma franquia da NFL, a crítica de Spencer James sobre o sistema falho da liga, feita em conversa com outros novatos no hotel onde era realizado o NFL Combine, acarretou consequências que mudariam o rumo de sua vida.


Eric está certo quando diz que a "NFL (assim como qualquer outra liga, diga-se), é antes de tudo um negócio. Se um jogador faz um comentário (ou age como Colin Kaepernick, como bem lembrou Grace James) que é prejudicial ao seu escudo e à sua integridade, eles têm um histórico de fazer com que ele desapareça."


Isso é brutalmente real em todos os níveis. É uma questão profunda que abre debate para discussão sobre política e esporte. Geralmente, defensores de uma causa, seja ela qual for, são severamente reprimidos por uma liga ou organização, o que torna o ativista um inimigo público, trazendo punições severas apenas para si mesmo como um fato isolado.


Isso não começou com Colin Kaepernick. O histórico de atletas que desafiaram o status quo em prol de algo maior que si mesmos, independente da punição, transforma pessoas e gestos em símbolos atemporais.


Com as Olimpíadas chegando sob esse novo cenário, quem nunca ouviu falar de Tommie Smith e John Carlos com os punhos estendidos em 68 no México? O gesto abstraiu o símbolo de seu ator, mas as consequências posteriores extinguiram suas carreiras. O presidente do Comitê Olímpico Internacional na época disse que eles tiveram "postura ultrajante" que violou "os princípios básicos dos Jogos Olímpicos."


É assim nos esportes, na sociedade... Desafiar o sistema é ser condenado como pessoa, em prol da luta de todos. Spencer James estava caminhando para o mesmo fim.


Só com muita serenidade, como propôs a oração de Liv, é possível entender que as coisas fora de nosso controle precisam ser compreendidas de uma maneira muito além do que podemos imaginar.


Mas o dia mesmo era sobre Layla e Jordan, que buscam se casar após tantas instabilidades emocionais que passaram juntos, dentro e fora do campo. Não por acaso isso mexeria com Layla, que confessa estar sentindo falta de sua mãe naquele que seria o grande momento para ela.


Enquanto Jordan surta por não encontrar sua camiseta de linho personalizada, foi um alívio cômico acompanhar o desespero dele quando Asher apareceu com uma camiseta propositalmente menor do que seu tamanho. Mas a melhor atitude dele no dia foi convidar Spencer para ser o oficial que casaria ele e sua amada, trazendo um pouco de carinho depois da enorme frustração que foi a noite anterior.


Com o grande posto, vem a grande responsabilidade. A primeira coisa que Spencer buscou foi a Bíblia, esquecendo que ele não foi convidado pela sua devoção religiosa, mas sim pelo grande coração que tem. Grace James e D'Angelo o lembram que os desafios diários do casamento mostram que tudo vale a pena se você souber superar os maus momentos.


Enquanto o fracasso épico tomou conta de todos no último episódio, Coop enfim conseguiu ingressar na Lista do Reitor.


Explicação rápida: a Lista do Reitor é um prêmio acadêmico ou nota concedida a estudantes que se destacaram em seus estudos em uma faculdade ou universidade. Esses requisitos variam de acordo com a instituição, mas na maioria dos casos, os alunos devem se matricular em período integral, obter uma média de notas específica durante o período acadêmico e manter uma média de notas cumulativa específica durante toda a matrícula.


Até aquele ponto, só ela conseguiu alcançar seu objetivo.


Sua namorada, Patience, após a resolução do caso Mikko, acaba por ficar sem espaço na história. Por isso, o convite para atuar na Broadway repentinamente parece ser o caminho natural para a deixa dela na série.


Sentindo as inseguranças de Layla, a Sra. Baker entregou um singelo presente que continha os pares de brincos usados pela mãe da noiva. Mais uma vez, as pessoas se importam umas com as outras e cuidam delas na série. Isso é muito raro fora das telas.


É a vez de Olivia entregar seu presente para seu irmão Jordan. O único ponto negativo em sua fala é usar "blackmail", que tem uma conotação racista, não importa quão 'leve' isso tenha sido.


A camisa de linho que enlouqueceu Jordan ganhou uma simbologia de Billy Baker: o número 22, em mais uma lembrança da série ao falecido pai deles, como tem sido durante toda a temporada.


Falando em irmãos, Dylan e Spencer vestidos para o casamento, passam por um rápido momento saudosista sobre como o tempo voa, como a família progrediu, mas como também é preciso preservar a casa de Grace James, assim como fizeram com a cabana, para que se lembrem sempre de suas raízes em Crenshaw, além de um carinho especial de Dylan ao seu irmão e jogador favorito, como ele precisava.


Quem parecia dar mais um passo para se juntar à família era Luke, que, em meio às dúvidas da mãe de Jordan e Olivia sobre ser ou não o momento ideal para levá-lo a um evento familiar, apareceu na porta, convidado pelo próprio Jordan, permitindo sua chegada definitiva à família.


Eis que chega a hora do casamento. Com uma voz suave e rouca, Patience abre os trabalhos para entrada da madrinha, padrinho e, claro, da noiva.

E, para todos que não chamam de Dylan, finalmente eles poderão casar sem mais problemas à vista. Nem mesmo 'Jordyla' parece ser um empecilho, e enfim, marido e mulher.


Festa bonita, tudo muito bonito e ninguém imagina que o melhor ainda estaria por vir.


Olivia entrega um bonito discurso para Jordan e Layla, e ainda traz citações de Billy Baker e Monica Keating.


Na vez de Asher, de maneira muito singela, comemoramos juntos quando ele parabeniza a si mesmo por superar um problema cardíaco e disputar a final da NCAA.


Depois, quando ele começa falando sobre as mudanças na vida de cada um, o telefone de Spencer toca e, em seguida, o de todos ao seu redor toca, e temos uma surpresa tão épica quanto o fracasso anterior.


Por telefone, Spencer é draftado pelos New York Bobcats, comandados pelo Senhor Montes.

A emoção e a voz embargada de Spencer arrepiam e nos pegam pela forma como tudo aconteceu e como tudo parecia que não ia acontecer.


Com a comunicação oficial de que Daniel Ezra, o ator que interpreta Spencer James, deixará a série na próxima temporada como personagem regular, ou seja, não estará presente em todos os episódios, a virada brutal de narrativa ao avançar 10 meses foi necessária.




Particularmente, é um grande desperdício não poder assistir como seria toda a primeira temporada de Spencer James na NFL. Incluiria momentos de como seria a estreia, quais derrotas mexeriam mais com ele, como as lesões dele ou dos companheiros afetariam seu time, como ele seria visto nas mídias sociais, como ele lidaria com o fato de não ser draftado por sua crítica ao sistema, tudo isso renderia grandes momentos... se ele estivesse na próxima temporada. Como ele mesmo disse, a história dele em Nova York daria um filme. Que nunca veremos!


Isso levanta outra questão: Há vida sem Spencer James na próxima temporada? Realmente será um grande desafio para todos os envolvidos na produção da série.


O salto gigantesco na história trouxe um ar de superficialidade que não combina com a série, mas nos levou de ser draftado por telefone à grande final do Super Bowl em minutos.


Se quisessem aumentar o nível de superficialidade, Patience se apresentaria no Super Bowl como a grande consagração de sua carreira, mas acho que até para eles isso seria demais.


Voltando ao Super Bowl entre New York Bobcats x Texas Apollos, o clichê da equipe estar perdendo e depois recuperar em uma vitória "épica" dá a Spencer James o título de campeão da NFL em seu primeiro ano e mais: o MVP das finais.


Isso instigou muito o desenrolar dessa forma.


Por curiosidade, fomos olhar mais a fundo como foi a carreira do verdadeiro Spencer Paysinger, o jogador que inspirou a história de All American.


Ele foi realmente draftado como agente livre, ou seja, sem ser escolhido no Draft. Na temporada dele como novato, jogou muito pouco, mas fez parte da equipe campeã, o que mostra que ele manteve seu padrão de um novato: nada de extraordinário e não era nenhum fenômeno na NFL, e nem de longe foi o MVP das finais e nem fez os pontos finais do título. Blah! Muito sem graça, né?


Voltamos ao que é melhor. Spencer James se consagrou como o grande fenômeno da história, conquistou o título com a bola decisiva do jogo e entregou seu discurso para Olivia e a verdadeira MVP, Grace James.


A essa altura, Spencer foi campeão, e Olivia é autora do livro mais vendido e já pensa em uma série sobre Billy Baker no próximo ano, além, claro, de uma linha de bonecos que já está nas mãos do pequeno garoto, que gentilmente pede seu autógrafo.


O que já seria um grande final da série, Spencer James leva Olivia para a linha de 22 jardas, vestindo a 22, para pedir a mão dela em casamento.


Este poderia ser facilmente o final da série.


Mas agora é o casamento deles.


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Nota: 9.5/10


O que você achou do episódio?


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Quremos saber.


1 comentário


Carolina Nunes
25 de ago. de 2024

Concordo demais com a crítica. Achei extremamente superficial avançarem 10 meses. A NFL era a etapa mais aguardada pelo Spencer, chega ser desrespeitoso com o personagem e o espectador. De toda forma, All American é uma das minhas séries favoritas devido ao desenvolvimento dos personagens e histórias de superação que podem ser facilmente vinculadas com a vida real.

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